Este blog é organizado pelo Poeta Clécio Dias e tem o objetivo de preservar e divulgar a literatura de cordel da Capital da Sulanca.

25 de dezembro de 2008

E Agora Afrânio???

Um dos homens que mais se destacou em nosso cenário político como representante de um dos maiores sonhos das mentes mais esclarecidas de Santa Cruz do Capibaribe: lutar por um partido que não estivesse “ligado” aos dois grandes grupos políticos de nossa cidade! Isto mesmo, desde a fundação da UESCC (União dos Estudantes de Santa Cruz do Capibaribe), em 1989, o Professor Afrânio Marques, figura inseparável da organização estudantil em nosso município, juntamente com outros militantes, impulsionaram o que seria uma nova visão política e se levantaram contra a “idéia”, enraizada na cultura do povo desta cidade, de que o poder municipal deveria sempre estar ou nas mãos de um lado ou nas mãos do outro. Ou seja, foi ele um dos primeiros a semear a idéia de mudança política na cultura da Capital da Sulanca.A luta começou mais precisamente em 1996 quando o PT lançou um candidato a prefeito e pela primeira na nossa história tivemos três candidatos concorrendo à chapa majoritária. Nesse tempo, Professor Afrânio pleiteava o cargo de vereança obtendo inexpressiva votação em relação aos eleitos, mas uma votação impressionante em vista da posição em que estava: fora das duas alas populares. Isto é, desligado dos grupos ainda hoje, tratados sob uma visão arcaica e ultrapassada, sendo “ridicularmente” chamados de taboquinha e boca preta. Naquele ano, os militantes da “terceira via”, expressão tradicionalmente difundida em nosso meio, se deram conta de que Santa Cruz estava longe de aceitar a idéia de uma terceira opção.Com as eleições de 2000, sabendo da impossibilidade de ser eleito por uma terceira via, o Professor Afrânio compôs com a chapa da Oposição, liderada pelo então candidato a prefeito e hoje prefeito José Augusto Maia. A coligação do PT com o PSB em nossa terra não foi aleatória nem apressada. Aconteceram muitas reuniões, muitos compromissos foram assumidos, muitas promessas foram feitas levando a crer que o grupo taboquinha fosse diferente do grupo boca preta significando a mudança que o Professor Afrânio e seus simpatizantes tanto almejavam. É claro, no entanto, que o PT em Santa Cruz sabia que o partido denominado taboquinha não trazia em seu bojo os ideais petistas, mas pelo menos se acreditava que se aproximasse. Puro engano. Ao assumir o cargo de prefeito em janeiro de 2001, José Augusto se posicionou de forma “contrária” aos compromissos assumidos com o PT e frustrou os sonhos dos petistas, ainda mais de Afrânio que se elegera vereador, ocasionando um grande mal-estar entre o vereador petista e os simpatizantes do grupo taboquinha!Em fins de 2002, a eleição da presidência da câmara municipal seria a cartada final do magrelo em contraposição à figura do prefeito em quem tanto teria acreditado em dois anos anteriores. A situação era tal que Afrânio queria compor com a situação sendo ele presidente e os demais membros da mesa diretora da casa escolhidos dentre vereadores aliados ao prefeito. José Augusto não quis. Talvez pensando que o Professor fosse ceder às pressões dos partidários ou talvez pensando que Zilda Moraes fosse menos “perigosa” à suas pretensões. Fico com a segunda opção, embora Zilda fosse ferrenha opositora do prefeito, este sabia os vetos de Zilda seriam facilmente “justificados” pelo grupo de situação, sob a alegação de que Zilda seria da Oposição e que só queria o “mal” de Santa Cruz. Em relação a Afrânio não. Qualquer eleitor, por mais “alienado” que fosse, não colocaria na cabeça o pensamento de que Afrânio poderia significar a figura do contra, pois Afrânio tinha sido eleito no palanque do prefeito e não pertencia à Oposição naqueles anos.Em 2004, já não se acreditava mais que o grupo taboquinha representava a mudança. O PT havia constatado que o que aconteceu foi a troca de seis por meia-dúzia. Afrânio não poderia jamais compor de novo com o mesmo grupo que havia quebrado os compromissos e que em vez de representar a mudança almejada pelo PT não representava nem mudança nem tampouco se aproximava dos ideais da esquerda. Afrânio voltou a se candidatar fora dos dois grupos. Entretanto, a imaturidade política do povo desta terra, ainda apegados ao partidarismo fanático, frustrou as expectativas do magrelo que não conseguiu se reeleger vereador. Claramente se notou que Santa Cruz ainda não amadureceu politicamente e que lutar por uma terceira via, no momento, é tarefa vã, sem resultado. Afrânio, então, aliou-se á Oposição e candidatou-se, no último pleito, onde por média, elegeu-se vereador. O mais interessante é que, mesmo se candidatando por um dos grupos tradicionais, Afrânio não perdeu suas características e, embora seja o vilão para as pessoas que o chamaram de traidor quando ele “traiu” um grupo de pessoas, isto é, um partido político, é visto como o representante das pessoas que querem um parlamentar consciente da sua função e sabem que o importante não é ser fiel a um grupo, mas agir sem paixão político-partidária e se posicionar de forma ativa e responsável defendendo os interesses da população como um todo. Antagonismo flagrante: o vereador que é visto como um “traidor” para as pessoas que põem os interesses de um grupo político acima dos interesses do povo é tido como um vereador de confiança entre aqueles que colocam a moralidade e o interesse público muito acima dos caprichos de um certo grupo.Não pensem os partidários nem de um lado nem de outro que Afrânio vai representar os interesses de um grupo. Nada disso. O magrelo vai representar o povo e vai ser o reflexo da luz das mentes mais esclarecidas de Santa Cruz do Capibaribe que nele votaram. A larga maioria dos seus eleitores não é nem boca preta nem taboquinha, confiaram-lhe o voto justamente por ele não pertencer peremptoriamente a nenhuma das facções. Vão acusá-lo de incoerente por ter se candidatado no partido denominado boca-preta. No entanto, incoerência seria se ele se candidatasse pelo grupo taboquinha, do qual já participou e que frustrou todos os seus ideais políticos. Incoerência seria se candidatar por uma terceira via sabendo que a massacrante maioria do povo de Santa Cruz não “cresceu” o suficiente sob o ponto de vista político para elegê-lo por uma terceira opção – sua candidatura seria um aborto. Incoerência seria deixar o magrelo fora da câmara municipal o que desta vez não aconteceu. Antes mil vezes tenha sido eleito por uma das alas tradicionais, mas que esteja na câmara municipal. Assim decidiram as mentes mais esclarecidas.
Clécio Dias.Poeta, Corretor de Imóveis e Estudante de Direito

20 de dezembro de 2008

Aguinaldo Xavier diz NÃO à Manipulação de Um Poder

O histórico da nossa Câmara Municipal nos últimos dez anos tem sido motivo de vergonha tendo em vista a importância do Poder Legislativo na preservação da moral e do respeito à população. Em matéria por mim escrita há dias, narrei alguns fatos que interferiram decisivamente na escolha do Presidente da Câmara e alteraram drástica e negativamente a votação dos projetos apresentados na casa em comento. Nesse sentido, as invasões do Poder Executivo articulando sobre a maioria e a minoria de vereadores, inclusive alterando a escolha soberana do povo, tornaram-se constantes, principalmente quando a eleição da Presidência da Câmara se aproxima.
Esperava-se que acontecesse de novo nos últimos dias, mas a história desta vez não se repetiu. É claro que, todas as possibilidades foram estudadas. Quem vem? Como vêm? Será que vêm? Ora, a alternativa seria que os vereadores atuais alterassem decisivamente na forma de eleição para Presidente da Câmara futura, ou seja, o projeto que garantiria a reeleição para o vereador Fernando Aragão iria ser aprovado agora, antes da posse dos dez eleitos e, diante disso, haveria uma mudança considerável na eleição interna da Câmara que se adaptaria aos caprichos do Poder Executivo. Tamanha invasão e tamanha agressão à escolha do povo. Ora, o Executivo Municipal ainda não se deu conta de que a Câmara representa um Poder autônomo, independente, supremo em suas decisões e, embora tenha sofrido muitas interferências nos últimos dez anos, a função da Câmara não é nem nunca foi ser objeto do Poder Executivo ou de qualquer outro poder constituído, mas ser representante legítimo do povo.
Ter a Presidência da Câmara a seu inteiro dispor era o maior interesse dos que ocupam e ocuparão a chefia do Poder Executivo. Isto é, a cultura de que a Câmara de Santa Cruz é esse órgão que renuncia à sua autonomia e se adapta facilmente aos anseios do chefe do Executivo ainda está em voga e a prova foi esse sutil projeto que nada mais era do que uma forma de “programar” o cargo de Presidente da Câmara por mais quatro anos para um vereador pré-determinado impedindo a participação da Oposição de forma muito mais forte nos dois últimos anos da gestão com a provável eleição de Francisquinho. Como se o Poder Legislativo tivesse de ser mudado, alterado e adaptado ao Poder Executivo que, como vem acontecendo, por todos esses anos vem “participando” nos bastidores e conseguindo seus “objetivos”.
Ao votar contra o tal projeto o vereador Agnaldo respaldou uma maior autonomia à Câmara de Vereadores. O ilustre edil preservou a oportunidade de a Oposição ter seu espaço merecido à frente daquela casa com o vereador Francisquinho e evitou que as pessoas mais conscientes, aquelas que sabem o que o Poder Legislativo significa para uma gestão pública de verdade, não morressem de vergonha de novo como em vezes anteriores em que os cidadãos assistiram a comédias ridículas que mancharam a verdadeira face do que representa um Poder Legislativo. Apesar de muitos questionarem o voto de Agnaldo como sendo por problemas pessoais com o atual prefeito, não cabe a nós questioná-lo, pois se realmente foi isso a mola propulsora do voto de Agnaldo pode ter sido manobra de Deus para que a maioria da população fosse atendida e o Poder Legislativo ganhasse forças para fiscalizar os milhões que entram e saem da prefeitura mensalmente.
De tudo o mais importante: a esperança de que o Poder Legislativo de Santa Cruz do Capibaribe alcance o respaldo perdido em conseqüência dos eventos de última hora que mudaram a escolha do povo por várias vezes e fizeram muitos pensar que uma Câmara de Vereadores é um instrumento nas mãos do chefe do Executivo. Para muitos, os vereadores devem ser empregados e subordinados ao prefeito, aos secretários, às empreiteiras, etc. mas isso é a maior imbecilidade que pode existir. Agnaldo Xavier não “obedeceu” ao prefeito ou a quem quer que seja, mas votou independente e de forma clara, expressando sua vontade desde os primeiros momentos que os comentários do projeto correram pela cidade. Pode ser até que alguém se sentiu derrotado nessa história, talvez um homem que nunca aceita perder tenha se descontentado, mas venceu o Poder Legislativo, inclusive os vereadores que votaram a favor do projeto pensem que perderam, mas se enganam. Eles não sabem que a “honra” do Poder Legislativo é o reflexo de suas próprias honras. Por fim, o espaço que a oposição venha a ganhar nos dois últimos anos da próxima gestão, com Francisquinho ocupando o cargo de presidente da Casa Jose Vieira de Araújo, será uma prova cabal de exercício da Democracia e não importa se um ou dois homens do poder vão perder o que importa é que toda a população vai ganhar, inclusive muitas pessoas que pensam que perderam.

Clécio Dias
Poeta, Corretor de Imóveis e Estudante de Direito.

Diario da Sulanca

A imprensa ganhou
Com a sua chegada
Quem lê nunca deixa
De ler novamente...

Emanoel Glicério
Reveste as notícias
De imparcialidade
E de muito respeito
Assim desse jeito
Quem lê se interessa
Jornalismo sério
Emanoel Glicério
Chegou onde muitos
Nem perto chegaram!

Eu vejo de cara
A Democracia
O espaço às pessoas
Já é garantido
Eu tenho entendido
Que o nome Sulanca...
É nosso, é tão nosso...
E o Diário é da gente!

Diário e Sulanca
São interligados
Emanoel soube
Uni-los e pô-los....
No meio da gente...
No meio do povo!!!

Por isso os acessos
São tantos, são tantos...
São muitos, são muitos...
A gente do povo...
Consegue entender
E acessa de graça!
Diário e Sulanca
No meio do povo...
No miolo podre
Da nossa política...

A “crítica” critica
No entanto, quem nega...
Que a Democracia
Circula no blog
Do Mané do Blog
No blog da gente...
Que põe, põe o dedo
No miolo podre...
Da nossa política

Natal, Ano Novo...
Assuntos novatos
Fuxicos, boatos...
Conversas, verdades...
Porém novidades
Queremos no blog
Do Mané do Blog
Do blog da gente!
Do blog que hoje
É a cara da gente!

Clécio Dias – Poeta!

13 de outubro de 2008

O Menino Veloz!!!


Poema em homenagem a Bruno Rafael – o maior piloto MotoCross da história de Santa Cruz do Capibaribe. Foi escrito em 09 de janeiro de 2006, assim que ele faleceu durante um treinamento numa pista de corrida!!!

Veloz, bem mais veloz que próprio vento...
Correu, voou, venceu, ultrapassou
Ultrapassou, voou, viveu, venceu...

Uniu velocidade e perfeição
Com tanta agilidade e rapidez.
Fez artes, se tornou um campeão
Nas pistas MotoCross de tudo fez!

Nas pistas de corrida... sua vida
Brilhou quando criança em Bicicross!
Depois, a moto paixão preferida
De Bruno o campeão do MotoCross!
Nos ares cada vôo deslumbrante
Fazia do menino o mais veloz

Os prêmios conquistados, a humildade...
Fizeram do menino-campeão...
Um campeão de sonhos e amizades...
De um povo a alegria e vibração!!!

Mas num final de tarde numa moto
O mesmo que brilhava e que vibrava...
O mesmo que chegava com troféus
Trazendo mais vitórias...
Não chegava...

Partiu o campeão... partiu sozinho...
Dos palcos das vitórias... MotoCross!!!
Veloz, venceu, voou, viveu vencendo...
No pouco tempo que esteve entre nós!]

Viveu, venceu e agora é a saudade,
Que vai viver na pista em que correu
Aquele que venceu com maestria...
Nos dezessete anos que viveu!!!


8 de outubro de 2008

Risos!!!


Risos falsos, talvez
Risos descalços
Às vezes, sem nenhum motivo
Riso morto, não sei...
Sorriso vivo!
Vivo de quê?
Vivo pra quê?
Sorrisos...

Riso que vem e vai
E eu não percebo
Riso aberto, fechado?
Eu não entendo...

Máscaras, disfarces
São sorrisos

Risos que vêm e vão
E eu nem percebo!

Se eu tivesse o sorriso como o seu


Se eu tivesse um sorriso como o seu
Minha vida seria colorida
Como as luzes do sol amanhecendo
Tão brilhante seria minha vida!

Se eu pudesse eu vivia sua estrada
Entre tudo o que lhe aconteceu
Eu seria um poeta iluminado
Se tivesse um sorriso como o seu!

3 de outubro de 2008

Amanhã tem eleição


Amanhã nossa cidade
Pode virar algazarra
Vai ter briga, vai ter grito,
Vai ter festa, vai ter farra...

Mas o povo nunca deve
Confundir a eleição
Com um jogo de futebol
E usar a emoção
Pra puxar briga e sair
Dando e levando empurrão
Dando tapa, dando coice
No meio de confusão
Pois pode se sair mal
Lascando o rabo no chão
E se não tiver cuidado
Vai andar de camburão!

Santa Cruz já tem, quem sabe,
Oitenta mil habitantes
Não pode mais ser o palco
Como acontecia antes
De briga entre os eleitores
De guerra entre militantes!

Cada um deve pegar
Seu título e bem caladinho
Comparar os candidatos
Pra votar bem direitinho
Porque se votar errado
Pode se lascar todinho!!!

Votar é coisa tão séria
É nossa democracia
É a hora de exercer
A nossa cidadania
Por isso é bom que se pense
Já é amanhã o dia!

Boa Sorte, Santa Cruz...
Que Deus ilumine a mente
Das pessoas em geral
Cada voto dessa gente
Mas no final prevaleça
A escolha mais consciente!

Cordel


Cordel é feito de versos
Lindos, raros, cristalinos
É um matuto cantando
Com pensamentos divinos
Imensos sonhos que encantam
Os corações nordestinos!

Grandes versos de homens simples
Outrora nos recitais
Nos cordões tantos cordéis
Com rimas fenomenais
As feiras viram vitrines
Lugares especiais
Vidas nordestinas vivas
Em mentes tão criativas
Sempre as mais originais!

Do cordel se busque a essência
Isso onde ele é produzido
A essência é o Nordeste
Seu verdadeiro sentido!

És Tudo!!!


Teus afagos mataram meus espinhos
Teu sorriso expulsou meus tristes prantos
O meu corpo enlaçou-se em teus encantos
A minha alma envolveu-se em teus carinhos

Eu sou rei quando beijo teus pezinhos
Teus abraços são doces acalantos
Teus olhinhos chineses são dois santos
Semeando esperança em meus caminhos

Que mulher tão sublime me beijando
Seios lisos, macios, palpitando
Em desejos perpétuos num segundo

Te amo tanto que até pareço um louco
E se para este mundo te achas pouco
Para mim tu és tudo neste mundo!

2 de outubro de 2008

O Sol Brilhava

Sublimes dias
Céu azul
Saudades!!!
Como esquecer???
Se sinto tanta vida
Dentro de mim...
Dentro de ti...
Em nós!!!

As rosas nasciam
E até festejávamos
Nós dois embalávamos
Em doces segredos...

Em casa, sozinho
Ficava lembrando
A voz do silêncio
Baixinho, chorando...
Dizia tão lindo
Que a gente se amava...
Em doces momentos
O sol refletia
Luzes amarelas!

E, assim fomos nós
Um ano inteirinho
Dentro de um carinho
Sentir nossa voz

Sublimes dias
Sol de amor...
Eu sinto
Que nosso amor...
Vai ser eterno...
E vai ser como o sol!!!

20 de setembro de 2008

Os Passarinhos


Meu quintal causava inveja
Em muitos dos meus vizinhos
Eu criava seres belos
Tão leve quanto carinhos
Suaves o tempo inteiro
Eu amava meu viveiro
Repleto de passarinhos

Seres frágeis, inocentes
Sem malícias, sem receios
Eu ouvia seus cantares
Buscando novos anseios
O céu azul era um manto
E Deus um maestro santo
Regendo aqueles gorjeios

Com os pássaros cantando
Eu me acordava surpreso
Seu canto era luz brilhante
Porque me deixava aceso
Deixava-me mais contente
Até que um dia inocente
Passei uma noite preso.

Noite longa noite escura
Me fez perder a razão
Ouvindo o canto sem forças
Dos presos numa canção
Canção em tom sofredor
Fez-me entender a dor
De viver numa prisão

Quem regia aquela orquestra
Composta pelos detentos
Lembrou-me a dos passarinhos
Também não tinha instrumentos
Seus cantos desesperados
Eram em vão carregados
Em meio ao sopro dos ventos

De manhã quando fui solto
Com muita dignidade
Lembrei-me dos passarinhos
Trancados contra vontade
Inofensivos cantavam
Vi que seus cantos clamavam
Também pela liberdade

Eu disse vocês merecem
Trilhar livres seus caminhos
Porque não são criminosos
Precisam construir ninhos
Saí com a mão rasteira
Abri chorando a porteira
E soltei os passarinhos.

Saíram voando alegres
Entoando outros cantares
Respirando a liberdade
Conhecendo outros lugares
De volta às suas raízes
Hoje sim estão felizes
Voando livres nos ares.

19 de setembro de 2008




Em Santa Cruz encontramos
Diferentes eleitores
Os que votam como cegos
Os que votam por favores
E aqueles que tomam as dores
Do candidato ou político
E existe o eleitor crítico
Que eu chamo de consciente!!!


Eleitor Consciente

Eu vou votar consciente
Antes vou analisar
Tenho medo de votar
Num candidato ruim
Todo ano eu sou assim
Meu voto é independente
Analiso o candidato
E só voto em quem de fato
For honesto e competente!!!


Partidário “Fiel”

Eu só voto em quem ficar
Do lado que eu sempre voto
Nem o dinheiro da loto
Me faz mudar de partido
Posso até votar perdido
Posso até votar errado
Porém não tenho coragem
De votar contra quem é
Do lado que eu acompanho
Quase toda vez apanho
Às vezes sou perseguido
Porém nunca vou mudar
Por isso eu só vou votar
Em quem for do meu partido!!!




Partidário “Interesseiro”

Eu só voto em quem me der
Um milheiro de tijolo
Ou um saco de cimento
Ou um “pedacim” do bolo
Do dinheiro do prefeito...
Quem não me der nada agora
Vá pedir voto ao diabo
Quem vota de graça é besta
Eu vou querer uma cesta
De feijão, farinha, arroz...
Eu vou ferrar todos dois
Taboquinha e Boca Preta
Vou atrás de um em um...
E se ninguém me ajudar
Ó aqui que eu vou votar...
Vão pedir voto ao capeta!!!



Partidário “Babão”

Meu candidato é o rei
É bom, sabido e honesto
Quem vota contra eu detesto
Quem vota a favor eu amo
Ele pode ser ladrão
E dizer que eu sou babão
Mas ele sabe o que diz...
Ele pode ser o cão
Pode ser a besta fera...
Mas eu gosto do danado
Eu já sei que ele é safado
Eu me sinto muita coisa
Sendo babão tendo orgulho
Ele pode ser o cão
Eu posso levar lapada
Mas eu não ligo pra nada
Ai como é bom ser babão!!!



5 de junho de 2008

O caso Isabella


Há certos casos como o de Isabela
Que a gente fica sem saber por quê
Um pai covarde, uma madrasta reles

Fazia pena ver as cenas tristes
Daquela noite que o Brasil parou
Uma menina pequena inocente
Vítima fatal do pai, que covardia aquela...
Quem não queria acudir Isabela?
Quando covardemente o próprio pai
Jogou-a sem piedade, ele era um monstro
E a madrasta e o Edifício London?

Tanto dinheiro que cercou seus pais
Tanta maldade que chocou o país
E ainda tem gente dizendo alto
Que tem dinheiro e por isso é feliz...

Melhor ser pobre, mas ter sentimentos
Melhor ser simples, mas amar e ser
Eternamente humano como o Cristo!!!

13 de março de 2008

Valei-me minha Santa Cruz...



O rio e a santa
a santa e o povo
o povo e a sulanca
a sulanca e o comércio
o comércio e o desenvolvimento...
o desenvolvimento e...
o fanatismo político.

A santa que orgulha
um Agreste sofrido...
o povo lutando nas máquinas...
de olhos abertos...
abertos a ponto de ser a primeira
que fez do comércio
o vestido do Agreste...
Vestiu o sertão
vestiu até outras cidades
com o luxo de se tornar forte...

Mas todo mundo fecha os olhos
quando chegam as eleições
e vota nos gritos...
nos vultos perdidos
e o povo que tem vez e voz no comércio
se cala diante do voto fanático...
do voto perdido...
sem perspectivas...
que povo tão rico,
mas que povo tão pobre!

As máquinas zoam, mas as vozes se calam...
o vulto de potência do agreste
é tão ingênua na hora do voto.
que povo tão rico e que povo tão pobre...

Quando vão soltar o grito da consciência
e deixar de votar pelas amarras do fanatismo
e do voto sem consciência!!!

Que votos tão pobres
de um povo tão rico!

9 de março de 2008

Eleições municipais



Santa Cruz tem carnaval
no tempo da eleição
dinheiro fazendo mal
tem muito eleitor "pidão"´
tem papangu, tem cagão,
tem cabra limpando nome
tem cabra besta com fome
comendo papo furado
chorando deseperado
dizendo eu quero eleição...

Tem gente desmantelada
encobrindo desmantelo
cabeludo, sem cabelo...
muita gente mascarada
por isso não falta nada...
lá vem carnaval de novo
ferro no rabo do povo
e muita gente gritando
eu tô querendo eleição!
ferro no rabo de novo.

A eleição traz de novo
o vai começar de novo
a alegria do povo
só no tempo de eleição
depois a complicação
da Santa Cruz sem ter jeito
um entra e sai de prefeito...
Meu Deus, lá vem eleição...

Lá vem os gritos de "amor"...
e o voto em cada partido
aquele "roubo" escondido
por jornais de toda cor...
malandros e endinheirados...
os eleitores coitados...
na festa enchendo o samanco
vermelho, azul, roxo, branco...
amarelo e toda cor
eleição é carnaval...
a situação é tal
que talvez não tenha jeito...
um não-feito e um mal-feito
que só em Santa Cruz tem...
Mas lá vem, lá vem, lá vem...
Lá vem eleição de novo

21 de fevereiro de 2008

palavras... palavras e palavras

nasci e sou essas palavras
tudo que eu penso está incluso...
dentro daqueles verbos
e daqueles adjetivos...

dentro do sentido delas...
mas não sou o sentido delas
e elas também não são o sentido.

tudo que somos são palavras
e até o que não somos são palavras...
até o interstício que fica entre o que somos
e o que não somos são elas...

mas nem elas nem nós são a razão de ser...
são sopros proferidos na busca dos sentidos...
mas os sentidos não são a razão nem são a loucura...

razão e loucura se revestem de sentidos tolos
mas se apresentam de modo "fantástico"
a ciência que formula os métodos e busca...
dentro de uma vontade de ser a verdade
as respostas mais viáveis para o inviável...

palavras que se encontram pra formar sentidos
sentidos que se encontram pra se perder entre palavras...
mas se tudo gira em torno delas...
elas giram em torno de tudo.
porque elas arrodeiam-nos, nos envolvem e nos fazem...

nos fazem palavras...
nós somos palavras pra poder sermos...
mas até o que não pode ser é palavra...
por isso que a poesia é rainha dos sentidos...
porque a poesia é o poder mais inexplicável das palavras!!!

17 de fevereiro de 2008

loucura



os loucos só são diferentes de nós?
não. nós é que somos diferentes dos loucos
nós também somos loucos...
mas outros tipos de loucos.

gostamos de chamar os outros de loucos...

e a loucura passa a ser esse mecanismo
de classificar os "verdadeiros" loucos
como não-loucos.

num fim ninguém é louco.
somente discusos ficam,
pois tudo morre...
até a impressão de estar louco.
até a noção de loucura.

9 de fevereiro de 2008

medo



algo que sai de dentro da gente
e nos faz ter medo dos outros
nos faz ter medo de coisas
que às vezes não oferecem medo

mas sentimos incessantemente
que pena...
medo.

medo de sair na rua
medo de ficar em casa
medo de adoecer
medo de ficar sem nada

medo da vida
medo da morte

medo do novo
medo da rotina
medo de mim mesmo, medo dos outros

medo de ir ao médico
medo dos psiquiatras

se analisarmos nossos medos
veremos que nada do que temos medo
nos assusta...

tudo está dentro de nós mesmos.

feche os olhos e sinta que o medo é você mesmo!
não há nada que nos cause medo.

pois o extremo é a morte...
e... há algo mais comum que a morte???