Este blog é organizado pelo Poeta Clécio Dias e tem o objetivo de preservar e divulgar a literatura de cordel da Capital da Sulanca.

13 de março de 2008

Valei-me minha Santa Cruz...



O rio e a santa
a santa e o povo
o povo e a sulanca
a sulanca e o comércio
o comércio e o desenvolvimento...
o desenvolvimento e...
o fanatismo político.

A santa que orgulha
um Agreste sofrido...
o povo lutando nas máquinas...
de olhos abertos...
abertos a ponto de ser a primeira
que fez do comércio
o vestido do Agreste...
Vestiu o sertão
vestiu até outras cidades
com o luxo de se tornar forte...

Mas todo mundo fecha os olhos
quando chegam as eleições
e vota nos gritos...
nos vultos perdidos
e o povo que tem vez e voz no comércio
se cala diante do voto fanático...
do voto perdido...
sem perspectivas...
que povo tão rico,
mas que povo tão pobre!

As máquinas zoam, mas as vozes se calam...
o vulto de potência do agreste
é tão ingênua na hora do voto.
que povo tão rico e que povo tão pobre...

Quando vão soltar o grito da consciência
e deixar de votar pelas amarras do fanatismo
e do voto sem consciência!!!

Que votos tão pobres
de um povo tão rico!

9 de março de 2008

Eleições municipais



Santa Cruz tem carnaval
no tempo da eleição
dinheiro fazendo mal
tem muito eleitor "pidão"´
tem papangu, tem cagão,
tem cabra limpando nome
tem cabra besta com fome
comendo papo furado
chorando deseperado
dizendo eu quero eleição...

Tem gente desmantelada
encobrindo desmantelo
cabeludo, sem cabelo...
muita gente mascarada
por isso não falta nada...
lá vem carnaval de novo
ferro no rabo do povo
e muita gente gritando
eu tô querendo eleição!
ferro no rabo de novo.

A eleição traz de novo
o vai começar de novo
a alegria do povo
só no tempo de eleição
depois a complicação
da Santa Cruz sem ter jeito
um entra e sai de prefeito...
Meu Deus, lá vem eleição...

Lá vem os gritos de "amor"...
e o voto em cada partido
aquele "roubo" escondido
por jornais de toda cor...
malandros e endinheirados...
os eleitores coitados...
na festa enchendo o samanco
vermelho, azul, roxo, branco...
amarelo e toda cor
eleição é carnaval...
a situação é tal
que talvez não tenha jeito...
um não-feito e um mal-feito
que só em Santa Cruz tem...
Mas lá vem, lá vem, lá vem...
Lá vem eleição de novo