Este blog é organizado pelo Poeta Clécio Dias e tem o objetivo de preservar e divulgar a literatura de cordel da Capital da Sulanca.

31 de janeiro de 2012

Seu ladrão

Bem cedinho, ouvi na rádio uma notícia engraçada: um ladrão foi roubar a casa de um cidadão em Caruaru e não encontrando o que roubar levou as contas de água (contas da Compesa). Atordoado, imaginei: se fosse comigo... depois disso, escrevi esse poema:

Seu ladrão...
Autor: Clécio Dias

Seu ladrão, por favor, pague essas contas...
Que o senhor me roubou, são atrasadas...
Se puder pague logo por que eu...
Vez em quando recebo umas cobradas...

Quando viu que eu não tinha o que roubar...
Resolveu carregar os papéis da água...
Talvez soubesse a minha triste mágoa...
E com pena de mim quis me ajudar...

Olhe, ladrão, se quiser mais papéis...
Venha buscar que eu tenho aqui de sobra...
De energia já tem três atrasados...
Não paguei, todo mês a Celpe cobra...

Os cartões: Master, Visa,e Hipercard...
Cobram juros demais e o valor dobra...
Devo aqui, devo ali, já fiz manobra...
Mas são contas demais já sem pagar...

A Unimed me cobra, e o telefone...
Ouço a “Oi” todo mês a me cobrar...
Uma voz vem e fala: a “Oi” informa...
Não escuto, prefiro desligar...

Por fim, ladrão, se tiver consciência...
Roube os papéis, mas pague, meu senhor...
Caso não pague mande devolver...
Mas eu lhe peço, e peço por favor...

O último pedido, eu lhe imploro que pague...
E os comprovantes, se puder, conserve...
Venha roubar também o IPTU...
Que eu pago e nunca soube pra que serve...

Se não vier buscar as outras contas...
Pague essas contas que o senhor levou...
Se acaso alguém depois vier cobrá-las...
Eu vou dizer: o ladrão já pagou!!!

Santa Cruz do Capibaribe, 30 de janeiro de 2012.

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