Este blog é organizado pelo Poeta Clécio Dias e tem o objetivo de preservar e divulgar a literatura de cordel da Capital da Sulanca.

30 de janeiro de 2010

As gameleiras




Os galhos das gameleiras
Guardam conversas das feiras...
Guardam nossas costureiras...
Guardam um tom da Novo século
Há 110 anos atrás...
O tronco antigo e roliço
Guarda o suspiro de Burgos
A voz de padre Zuzinha...
De seu Raimundo Aragão
O grito de liberdade
Quando Santa Cruz um dia
Se transformou em cidade...
Essas gameleiras verdes...
Silenciosas e santas
São nossas plantas sublimes
São guardiãs da história
Da Capital da Sulanca
Às vezes debaixo delas
Ouço o barulho das máquinas...
Sinto o suor das mulheres
Caindo sobre as cobertas
Dos retalhos e nas feiras...
Oh! Que lindas gameleiras...
Quem fará algo por elas?
Uma delas está morta...
No meio da avenida...
Ela guardou tanta vida...
Com ela morreu a história...
De muitos santa-cruzenses...
Um dia debaixo dela
Nasceu um amor tão bonito...
Um suspiro de saudade
Entre um silêncio ou um grito...
Nossa história mais bonita
Está ali: debaixo delas...
Cadê mesmo o poder público?
O que vai fazer por elas?
Como eu queria saber
Quem pela primeira vez...
Sentou-se na sombra delas...
Quem plantou e quem aguou...
Quem sempre zelou por elas...
Nossa história mais remota
Cochila nos galhos delas
Cadê mesmo Santa Cruz???
O que vai fazer por elas???
Autor: Clécio Dias
Santa Cruz do Capibaribe, 07 de janeiro de 2010.

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