Os galhos das gameleiras
Guardam conversas das feiras...
Guardam nossas costureiras...
Guardam um tom da Novo século
Há 110 anos atrás...
O tronco antigo e roliço
Guarda o suspiro de Burgos
A voz de padre Zuzinha...
De seu Raimundo Aragão
O grito de liberdade
Quando Santa Cruz um dia
Se transformou em cidade...
Essas gameleiras verdes...
Silenciosas e santas
São nossas plantas sublimes
São guardiãs da história
Da Capital da Sulanca
Às vezes debaixo delas
Ouço o barulho das máquinas...
Sinto o suor das mulheres
Caindo sobre as cobertas
Dos retalhos e nas feiras...
Oh! Que lindas gameleiras...
Quem fará algo por elas?
Uma delas está morta...
No meio da avenida...
Ela guardou tanta vida...
Com ela morreu a história...
De muitos santa-cruzenses...
Um dia debaixo dela
Nasceu um amor tão bonito...
Um suspiro de saudade
Entre um silêncio ou um grito...
Nossa história mais bonita
Está ali: debaixo delas...
Cadê mesmo o poder público?
O que vai fazer por elas?
Como eu queria saber
Quem pela primeira vez...
Sentou-se na sombra delas...
Quem plantou e quem aguou...
Quem sempre zelou por elas...
Nossa história mais remota
Cochila nos galhos delas
Cadê mesmo Santa Cruz???
O que vai fazer por elas???
Autor: Clécio Dias
Santa Cruz do Capibaribe, 07 de janeiro de 2010.
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