Este blog é organizado pelo Poeta Clécio Dias e tem o objetivo de preservar e divulgar a literatura de cordel da Capital da Sulanca.

1 de fevereiro de 2010

Páginas da Ditadura! É hora de abrir.


1964...
Nasce um inferno para os estudantes...
Os jornalistas foram perseguidos...
Poetas foram, à força, calados...
Grandes artistas foram exilados...
Nossos mais vivos foram enterrados...
Gritos de dor, de ódio, e gemidos.
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Foi um castelo branco enfurecido
Espalhar medo nos meninos “livres”
Décadas tristes que a memória guarda...
Um futebol e uma Jovem Guarda...
Taparam bocas, olhos e ouvidos...
Toda a América foi contaminada...
E a terra foi jogada em nossa cara...
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Lamarca, Marighela, (Che Guevara)*
Assassinados e seus assassinos
Estão na boa, entre uísques finos...
Dentro dos cargos de um país sem cara...
Cazuza já sabia! Mostra a cara...
Abre os arquivos, vamos ver quem é...
Os generais sem cara e sem piedade...
Polícias espalhadas na cidade...
Um Ato Institucional daquele costa...
Naquele triste ano 68...
Silêncio, morte, dor e esquecimento....
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Pra que vibrar a taça de uma copa
Se a gente perdeu tantos lutadores?
Pra que fazer de heróis os jogadores
Se aqueles que lutaram foram mortos...
E enterrados no solo sem grama
Do campo do país dos idiotas...
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Abre o arquivo, abre, mostra a cara...
Daqueles que fizeram nosso inferno...
Pra que calar a boca por um terno...
Há tanta gente que quer ver um filho,
Um irmão, um pai, um andarilho...
Que foram torturados e jogados...
No chão dos campos do país que é penta...
Uma revolta mata e arrebenta
Os corações dos filhos e dos pais...
Pra que querer esconder generais,
Torturadores, mentirosos e mais...
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Abre os arquivos mostra a cara deles
Diz onde estão os corpos dos meninos...
Mostra ao país como mataram tantos...
É hora de abrir a página podre!
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Autor: Clécio Dias.

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