Este blog é organizado pelo Poeta Clécio Dias e tem o objetivo de preservar e divulgar a literatura de cordel da Capital da Sulanca.

6 de fevereiro de 2011

Josina, a menina perdida

Imagem apenas ilustrativa

Um dos cordéis mais lindos de todos os tempos. Emocionante e envolvente. Uma das mais lindas inspirações de José Soares. Boa leitura.

Josina, a menina perdida
Autor: José Soares do Nascimento

Botei a pena na mão
Aproveitando o ensejo
Para contar uma história
Que contou-me um sertanejo
Sendo ele um viajante
Não sei se ainda o vejo

O sertanejo contou-me
Que perdeu-se uma menina
Filha de uma viúva
Chamada Dona Cristina
Nos tristes bosques medonhos
Do Sertão de Petrolina

A criancinha contava
Oito anos de idade
Dona Cristina dispunha
De boa propriedade
Num pé duma grande serra
Muito longe da cidade

Um dia Dona Cristina
Fez da filha um portador
Para levar um recado
Na casa de um morador
Cujo recado deu margem
A esta perda de horror

Era uma tarde nublada
Só não estava chovendo
Dona Cristina lhe disse:
Josina, tu vais correndo
E não demores por lá
Que está anoitecendo

Eram quase dois quilômetros
A viagem que ela ia
Dona Cristina mandou-a
Sem nenhuma companhia
Havia muitas veredas
Porém Josina sabia

Já era no fim da tarde
Quando Josina seguiu
Chegou lá deu o recado
No mesmo instante saiu
Mas na volta demorou-se
Com umas frutas que viu

Era um pé de cambucás
Estavam os galhos pendendo
Josina chupando as frutas
Naquilo ia se entretendo
Nem sequer veio na mente
Que estava anoitecendo

Quando já estava escuro
Josina seguiu incerta
Por uma grande vereda
Pensando que ia certa
Ia em procura da serra
Tirana, feia e deserta

Chegou no cimo da serra
Coitadinha esmorecida
Sentou-se pra descansar
Chorando e arrependida
Naquilo a chuva chegou
E ela julgou-se perdida

Josina disse chorando:
Ai, Meu Deus, que faço agora
Perdida nesta montanha
Perdida fora de hora
Voltar pra casa não sei
Valei-me Nossa Senhora

Era chuva em abundância
Com relâmpago e trovão
O vento inundava a serra
Josina em aflição
Só tinha por companhia
O ermo e a solidão

Ela dizia chorando:
Só foi por causa das frutas
Que hoje me vejo perdida
Nestas montanhas tão brutas
Inda querendo voltar
Não sei por causa das grutas

Meu Deus eu estou molhada
De não poder resistir
Perdida nestas montanhas
Sem acertar pra sair
Como é que eu passo a noite
Sem cear e sem dormir

Mamãe disse que tem onça
Nestas serras do Sertão
Se uma onça pegar-me
Aqui nesta solidão
Eu morro e não vejo mais
Mamãe do meu coração
*
A chuva torrencial
Escalavrando os rochedos
Os trovões impetuosos
Bramiam pelos degredos
Troavam os ventos soberbos
Nas copas dos arvoredos

Porém, como Deus é pai
A tempestade acalmou
As águas se separaram
O trovão se alongou
Os ventos se separaram
Josina se consolou

Seguiu pelo bosque adentro
Foi sair em um lajedo
Transpassadinha de frio
Com fome, chupando o dedo
Como quem daquele bosque
Já tinha perdido o medo

No outro dia bem cedo
Pelo bosque caminhava
Ficando cada vez mais
Distante de onde morava
Subindo serra e descendo
Nem com vereda acertava

Se achava frutas, comia
Às vezes, cheirava flor
Os passarinhos cantavam
Para ela era uma dor
O velho mocho agoureiro
Dava gritos de horror

Perdida dentro do bosque
Ficou a pobre menina
Vou tratar da aflição
Que sofreu Dona Cristina
Quando viu anoitecer
Sem ter novas de Josina

Chamou um rapaz e disse
Já quase turbando a fala
Vá procurar minha filha
E se você não encontra-la
Volte logo, sem demora
Que eu quero ir procurá-la

O rapaz botou a cela
Num burro galopador
E chegou a toda pressa
Na casa do morador
Perguntou: Josina está?
Responderam: não senhor.

Sem ter demora nenhuma
O rapaz se despediu
Seguiu por uma vereda
Procurou rastros, não viu
Gritou, ninguém respondeu
Montou no burro e saiu

E chegando em casa disse
Nem notícia de Josina
Se minha filha perdeu-se
Exclamou Dona Cristina
Voltem logo, sem demora
Vão procurar a menina

Foi chegando um morador
Com a família que vem
Saber o que sucedeu
A chuva chegou também
Ficaram sob ordens de Deus
Sem poder sair ninguém

Era chuva em abundância
Com enorme ventania
Choveu até alta noite
Das casas ninguém saía
Choravam todos presentes
Na mais profunda agonia

Dona Cristina dizia:
Valei-me Nossa Senhora
Minha filha está perdida
Nos bosques fora de hora
Se as feras não devorarem
Porém a chuva devora

Às quatro da madrugada
Reuniu-se muita gente
Se espalharam pelo bosque
Gritando forçadamente
Não havia quem tivesse
Roteiro da inocente

Se espalharam pelo bosque
Muitos ainda em jejum
Quando foi anoitecendo
Foi chegando de um em um
Até que chegaram todos
Sem ter roteiro nenhum
*
No segundo dia foi
O povo da vizinhança
Se espalharam pelo bosque
Em procura da criança
Até que chegaram todos
Sem ter daquilo esperança

Foram no terceiro dia
Já tudo desenganado
Em procura da criança
Cada qual com mais cuidado
Voltaram no quarto dia
Sem ter nenhum resultado

Para o povo que sabia
Era um dia de juízo
Procurando sem achar
Ficava tudo indeciso
Só reclamava o desprezo,
A perda e o prejuízo

Dona Cristina estava
Mais morta do que Josina
Porém disse: Deus não dorme
Faz tudo quanto destina
Suplicou com muita fé
A providência divina

Exclamou Dona Cristina:
Oh! Meu Deus onipotente...
Vós que sofrestes por nós
Numa cruz horrivelmente
Compadecei-vos de nós
E da minha filha inocente

Meu Deus de misericórdia
Vós sois senhor dos senhores
Pai dos pais, mestre dos mestres
Sois o autor dos autores
Amparai minha filhinha
E aliviai minhas dores

Meu Deus salvastes Noé
Do Dilúvio universal
Tirastes Jonas que estava
No ventre dum animal
Tirai a minha filhinha
De um bosque tão infernal

Mas antes minha filhinha
Inda não fosse nascida
Ou morresse qualquer hora
Em meus braços aquecida
Do que nas garras das feras
Dentro do bosque perdida

Meu Deus salvastes a Dimas
Entre todos os ladrões
Salvastes a Daniel
Lá na cova dos leões
Salvai a minha filhinha
De tão duras aflições

Dona Cristina lembrou-se
Do Padre Cícero Romão
Fez uma súplica a ele
De todo o seu coração
Com os joelhos em terra
E o rosário na mão

Meu Padrinho Padre Cícero
Por nosso Deus Soberano
Amparai minha filhinha
Tirai-me do desengano
Que prometo visitar
Nosso túmulo todo ano

Meu padrinho eu prometo
Pelos dogmas divinais
Se minha filha livrar-se
Das garras dos animais
Visitarei todo ano
Os vossos restos mortais

Pela Santíssima Virgem
Por nosso Deus verdadeiro
Por vosso túmulo sagrado
Por tudo quanto é romeiro
Fazei com que pelo menos
Apareça algum roteiro

Por vosso falecimento
Por vosso primeiro banho
Pelas ovelhas que vós
Reduzistes ao rebanho
Tirai a minha filhinha
De um bosque tão estranho

Ditas aquelas palavras
Suspirou Dona Cristina
Procurar era debalde
Ficou lamentando a sina
Até quando um dia Deus
Desse novas de Josina
*
Deus é pai não é padrasto
Socorre quem precisar
Sucedeu que um caçador
Certo dia foi caçar
Ouviu um choro na brenha
Se aproximou do lugar

Era a menina perdida
Quando viu ele, correu
Ele fez um medo a ela
A criança esmoreceu
Ele pegou-a nos braços
Porém não a conheceu

A criança apenas disse
De quem era e onde morava
Ele garantiu a ela
Que para casa a levava
Nunca tinha ido lá
Porém se fosse acertava

Conduziu ela pra casa
Agradando muito a ela
Quando foi no outro dia
Num burro botou a sela
Montou-se no burro e foi
Levá-la à família dela

Era quase cinco léguas
Mas ele a levou urgente
Entregou ela a família
Josina muito contente
Reinou um prazer no povo
Que quase morria gente

Dona Cristina pagou-lhe
Com muita satisfação
Deu cem mil réis da viagem
Em louvor daquela ação
Hospedou-o e tratou bem
Como se faz no Sertão

Engraçado foi Josina
Contar em casa a mãe dela
De que forma se perdeu
E a aflição que viu nela
E um Padre que viu no bosque
Andando junto com ela

Josina disse: mamãe
Eu cheguei num grutilhão
Encontrei um padre velho
Com um rosário na mão
Os cabelinhos tão brancos
Que parecia algodão

O padre ia ver frutas
Me dava pra eu comer
Depois ia buscar água
Me dava pra eu beber
Mas o padre era encantado
Só saía sem eu ver

Quando eu estava com sono
No colo dele dormia
Porém quando eu acordava
Procurava ele não via
Eu começava a chorar
E o padre me aparecia

Dona Cristina sentiu
Uma grande comoção
Contritamente fixou
Os dois joelhos no chão
Exclamou: isso é prodígio
Do Padre Cícero Romão

Apesar de falecido
O Padre Cícero Romão
 Porém seu grande prodígio
Chamou o povo atenção
Registrando o sucedido
Por todo aquele Sertão

Lá gente em Borbotão
De toda localidade
Reuniu-se na fazenda
Comentando a novidade
Dando muitos parabéns
Por muita felicidade

Vejam bem, caros leitores
O prazer desta menina
E a alegria incomparável
Que teve Dona Cristina
E o descuido o que faz
Depois queixar-se da sina

Eu considero Josina
Uma guerreira de amor
Porque lutou contra a sorte
Mas teve Deus a favor
Depois encontrou auxilio
Num braço consolador.



5 de fevereiro de 2011

Ao Cordel

Acróstico de Clécio Dias
 
Ao Cordel
 
Cordel é feito de versos
Lindos, raros, cristalinos
É um matuto cantando
Com pensamentos divinos
Imensos sonhos que encantam
Os corações nordestinos!

Grandes versos de homens simples
Outrora nos recitais
Nos cordões tantos cordéis
Com rimas fenomenais
As feiras viram vitrines
Lugares especiais
Vidas nordestinas vivas
Em mentes tão criativas
Sempre as mais originais!

Do cordel se busque a essência
Isso onde ele é produzido
A essência é o Nordeste
Seu verdadeiro sentido!
 
Clécio Dias, Poeta de Santa Cruz do Capibaribe.
Um dos cordéis mais belos que já li. Abaixo, na íntegra para você curtir. Este cordel é um clássico escrito por Manoel Camilo dos Santos.

Cordel
O SABIDO SEM ESTUDO
(Manoel Camilo dos Santos)

Deus escreve em linhas tortas
Tão certo chega faz gosto
E fez tudo abaixo dele
Nada lhe será oposto
Um do outro desigual
Por isto o mundo é composto

Vejamos que diferença
Nos seres do Criador
A águia um pássaro tão grande
Tão pequeno um beija-flor
A ema tão corredeira
E o urubu tão voador

Vê-se a lua tão formosa
E o sol tão carrancudo
Vê-se um lajedo tão grande
E um seixinho tão miúdo
O muçu tão mole e liso
O jacaré tão cascudo

Vê-se um homem tão calado
Já outro tão divertido
Um mole, fraco e mofino
Outro valente e atrevido
Às vezes um rico tão tolo
E um pobre tão sabido

É o caso que me refiro
De quem pretendo contar
A vida d’um homem pobre
Que mesmo sem estudar
Ganhou o nome de sábio
E por fim veio a enricar

Esse homem nunca achou
Nada que o enrascasse
Problema por mais difícil
Nem cilada que o pegasse
Quenguista que o iludisse
Questão qu’ele não ganhasse

Era um tipo baixo e grosso
Musculoso e carrancudo
Não conhecia uma letra
Porém sabia de tudo
O povo o denominou
O Sabido Sem Estudo...

Um dia chegou-lhe um moço
Já em tempo de chorar
Dizendo que tinha dado
Cem contos para guardar
Num hotel e o hoteleiro
Não quis mais o entregar

O Sabido Sem Estudo
Disse: - isto é novidade?
Se quer me gratificar
Vamos lá hoje d etarde
Se ele entregar disse o moço:
- Dou ao senhor a metade

O Sabido Sem Estudo
Disse: - você vá na frente
Que depois eu vou atrás
Quando eu chegar se apresente
Faça que não me conhece
Aí peça novamente

O Sabido Sem Estudo
Logo assim que lá chegou
Falou com o hoteleiro
Este alegre o abraçou
O rapaz nesse momento
Também se apresentou

O Sabido Sem Estudo
Disse: - Eu quero me hospedar
Me diga se a casa é séria
Pois eu preciso guardar
Quinhentos contos de réis
Pra depois vir procurar

Respondeu o hoteleiro:
- Pois não, a casa é capaz
Agora mesmo eu já ia
Entregar a este rapaz
Cem contos que guardei dele
Há pouco dias atrás

Nisto o dono do hotel
Entrou e saiu ligeiro
Com um pacote, disse ao moço:
- Pronto amigo, seu dinheiro
Confira que está certo
Pois sou homem verdadeiro

Aí o Sabido disse:
- Ladrão se pega é assim
Você enganou o tolo
Mas foi lesado por mim
Vou metê-lo na polícia
Ladrão, safado, ruim

O hoteleiro caiu
Nos pés dele lhe rogando:
- Ó meu senhor não descubra
Disse ele: - só me dando
A metade do dinheiro
Que você ia roubando

O hoteleiro prevendo
A derrota em que caía
Além de ir pra cadeia
Perder toda freguesia
Teve que gratificar-lhe
Se não ele descobria

Foi ver os cinqüenta contos
No mesmo instante lhe deu
Outros cinqüenta do moço
Ele também recebeu
E disse: - nestas questões
Quem ganha sempre sou eu

E assim correu a fama
Do Sabido Sem Estudo
Quando ele possuía
Um cabedal bem graúdo
O rei logo indignou-se
Quando lhe contaram tudo

Disse o rei: - e esse homem
Sem nada ter estudado
Vive de vencer questão?
Isso é pra advogado
Vou botá-lo num enrasque
Depois o mato enforcado

O rei mandou o chamar
E disse: - eu quero saber
Se o senhor é sabido
Como ouço alguém dizer
Vou decidir sua sorte
Ou enricar ou morrer

Você agora vai ser
O médico do hospital
E dentro de quatro dias
Tem que curar afinal
Os doentes que lá estão
De qualquer que seja o mal

Se você nos quatro dias
Deixar-me tudo curado
De forma que fique mesmo
O prédio desocupado
Ganhará cinco mil contos
Se não será degolado

Está certo disse ele
E saiu dizendo assim:
- O rei com essa asneira
Pensa que vai dar-me fim
Pois eu vou mostrar a ele
Se isto é nada pra mim

E chegando no hospital
Disse à turma de enfermeiros:
- Vocês podem ir embora
Eu sou médico verdadeiro
De amanhã em diante aqui
Vocês não ganham dinheiro

Porque amanhã eu chego
Bem cedo aqui neste canto
Mato um destes doentes
E cozinho um tanto ou quanto
Com o caldo faço remédio
E curar os outros eu garanto

Foram embora os enfermeiros
E ele saiu calado
Os doentes cada um
Ficou dizendo cismado
- Qual será o que ele mata?
Será eu? Isto é danado!...

Outro dizia consigo:
- Será eu o caipora?
Mais tarde um disse: - E eu
Estou sentindo melhora
Outro levantou e disse:
- Estou melhor, vou embora

Um amarelo que estava
Batendo o papo e inchado
Lavantou-se e disse: - Eu
Estou até melhorado
Pois já estou me achando
Mais forte, gordo e corado

Já estou sentindo calor
De vez em quando um suor
Um doente disse: - Tu
Estás é muito peior
Disse o amarelo: - Não
Vou embora, estou melhor

E assim foram saindo
Cada qual para o seu lado
Quando chegava na porta
Dizia: - Vôte danado!
O diavo é quem fica aqui
Pra amanhã ser cozinhado

Um moço disse que ouviu
Um mudo e surdo dizer
Que um cego tinha visto
Um aleijado correr
Sozinho de madrugada
Já com medo de morrer

De fato um aleijado
Que tinha as pernas pegadas
Foi dormir, quando acordou
Não achou os camaradas
A casa estava deserta
E as camas desocupadas

Com medo pulou da cama
E as pernas desencolheu
Rasgou a "péia" no meio
E assombrado correu
Dizendo: - Fiquei dormindo
E nem acordaram eu!...

No outro dia bem cedo
O Sabido Sem estudo
Chegando no hospital
Achou-o deserto de tudo
Sorriu e disse consigo:
- Passei no rei um canudo

O Sabido Sem Estudo
Chegou no prazo marcado
Na corte e disse ao rei:
- Pronto já fiz seu mandado
Os doentes do hospital
Já saiu tudo curado

O rei foi pessoalmente
Percorrer o hospital
Não achando um só doente
Disse consigo afinal:
- Aquele ou é satanás
Ou um ente divinal

Deu-lhe o dinheiro e lhe disse:
- Retire-se do meu reinado
O Sabido Sem Estudo
Lhe disse: - Muito obrigado
Pra ganhar dinheiro assim
Tem às ordens um seu criado


Campina Grande, PB, 21/11/1955
(BATISTA, Sebastião Nunes. Antologia da literatura de cordel)
Fonte Virtual: Site Jangada Brasil.

16 de janeiro de 2011

Poeta Clécio Dias

Clécio Gonçalves Dias nasceu em Santa Cruz do Capibaribe em 1981, na Rua Sebastião Bastos, bairro São Cristóvão. Filho do poeta repentista Amaro Dias e da doméstica Cleonice Gonçalves Dias. Desde pequeno Clécio acompanhava o pai nas cantorias e no programa Violeiros do Vale, criado por seu pai e mantido até os dias atuais, na Rádio Vale do Capibaribe.
**************************
Em sua infância grande foi seu contato com repentistas como Heleno Severino, José Bonifácio, José Luiz, Zé Vicente da Paraíba etc. todos que cantavam com seu pai Amaro Dias.
**************************
Embora em Santa Cruz do Capibaribe a poesia nordestina não seja tão valorizada Clécio Dias nunca deixou de escrever poemas e cordéis. Incentivado pelos colegas do curso de Letras da Universidade Estadual da Paraíba e pelos moradores da COHAB e patrocinado por pequenos comerciantes do bairro foi publicado o cordel "O jogo da COHAB com o time do Inferno" em 2006.
*******************************
Na UEPB, fez uma apresentação sobre a arte da cantoria para os professores e alunos da universidade. No mesmo ano, fundou junto aos colegas do cursos de Letras e Filosofia da UEPB, como Flaudemir Sávio, Érica Tavares, Paula Sabrina, entre outros, o Poetai Novi, um fanzine de divulgação dos poemas dos alunos da mencionada instituição. Ultimamente, recita poemas em eventos escolares, folclóricos, nas fazendas etc. é um apologista da cultura nordestina e se dedica à literatura de cordel, sendo autor de vários títulos, ainda carentes de publicação.
*******************************
Atualmente é estudante do 5º ano do curso de Direito da Faculdade do Vale do Ipojuca - Favip, Caruaru. É corretor de imóveis em Santa Cruz do Capibaribe, tendo seu escritório sito à Rua Raimundo Francelino Aragão, 292, no centro desta mesma cidade.
*******************************
Poemas de destaque de Clécio Dias: O bingo de Genival, A história de Santa Cruz do Capibarbe em versos, Eu e o silêncio, Meu umbuzeiro, Os passarinhos, A bela a tarde e o poeta, A briga do taboquinha com o boca preta etc

Poeta Amaro Dias

Amaro Paulo Dias nasceu em 21 de setembro de 1934, no sítio Paquivira, município de Taquaritinga do Norte, estado de Pernambuco. Filho do casal de agricultores Joaquim Dias de Miranda e Severina Maria da Conceição. Residiu na Paquivira até os vinte anos de idade, mas em virtude das dificuldades de arranjar trabalho naquela época viajou para São Paulo em busca de sobrevivência, onde permaneceu até os vinte e oito anos de idade. Casou-se em 1965 com a brejeira Cleonice Gonçalves com quem vive até hoje. Desse casamento nasceram sete filhos: Claudenice (professora), Cloves (Tody, ex vereador), Carlos, Claudio, Claudemir, Clécio Dias (também poeta) e Cleber.
*************************************************
Em São Paulo, iniciou sua carreira de violeiro-repentista. mas o sentimento de saudade da terra natal aflorou e ele voltou à Taquaritinga do Norte. Em 1963 fez parte do programa "A Voz do Sertão" na Rádio Difusora de Caruaru ao lado José Vicente da Paraíba e Aristo José dos Santos, ambos falecidos. Em 1968 foi morar em Campina Grande onde substituiu, por um bom período, o repentista José Gonçalves (já falecido). Nessa época, Amaro Dias fez dupla com Cícero Bernardes, já falecido. Nesse mesmo ano, foi residir em Pesqueira onde apresentou, ao lado de José Vicente da Paraíba e o cantador José Andorinha, um programa de cantoria.
*************************************************
Em Belo Jardim, na Rádio Difusora Bituri, apresentou outro programa de violeiros ao lado de Manuel Pedro Clemente (poeta cego) e Manoel Paulino. Anos depois, se mudou para Santa Cruz do Capibaribe e criou o Programa Violeiros do Vale, na Rádio Vale do Capibaribe, programa que entrou no ar no mesmo dia em que a própria rádio (29 de dezembro de 1985). Neste programa, cantaram com ele José Bonifácio, José Luiz, Heleno Severino, Francisco de Assis, Roberto Queiroz, Louro Branco, Francisco de Assis, Zé Vicente da Paraíba, Paulo Jorge e Moreira do Caldeirão, entre outros., no entanto também cantou com Ivanildo Vila Nova, Oliveira de Panelas, João Furiba, Manoel Basílio, Raimundo João, Laranjinha, entre tantos outros.
*************************************************
Em Pesqueira, participou de um programa na TV Pernambuco representando a cidade. Participou dos primeiros congressos de violeiros realizados em Campina Grande, tendo, inclusive, um de seus versos publicados num livreto sobre cantoria escrito por Bráulio Tavares, quando cantou com Manuel Pedro Clemente num congresso de violeiros em 1975. Em 2008 fez uma bela apresentação na Rede Globo de Televisão cantando as belezas e o abandono do Rio Capibaribe, tendo sido entrevistado pelo famoso jornalista Francisco José.
*************************************************
Dentre os poemas que escreveu destacam-se: A morte de Zé Jorge, em parceria com Zé Vicente da paraíba, Teu aniversário, A morte de Heleno Severino, A mãe desapareceida, entre outros.
*************************************************
No entanto, sua marca foi sempre os versos improvisados, com os quais se destacou em cantorias e congressos.
*************************************************
A seguir, faz-se necessário trancrever alguns dos muitos versos improvisados pelo poeta Amaro Dias pelo Nordeste afora.
*************************************************
Ceta vez, na ocasião, cantava com Zé Vicente da Paraíba num bar de um cidadão chamado Pinta-Cega, quando de repente chegou um funcionário da Cande (fábrica de Campina Grande) na Praça da Bandeira. Vale lembrar que a nota de cinco cruzeiros, na época, tinha a imagem de Tiradentes e os cantadores ficaram desejosos pela contribuição do funcionário da Cande. Zé Vicente terminou um verso da seguinte maneira:
******************
Vamos ver quanto se ganha
Daquele rapaz da Cande.
******************
Amaro Dias completou:
******************
Deus queira que ele nos mande
A nota de Tiradentes
Aquele que sofreu tanto
Perante os inconfidentes
E morreu sem o direito
De vê-los independentes.
*******************
Em outra ocasião, cantava com o poeta Sebastião Cordeiro, este findou uma estrofe da maneira seguinte:
*******************
Eu sou um grande poeta
Meu verso lindo se expande...
*******************
O poeta Amaro Dias pegou a deixa e disse:
******************
Pra mim uma dupla grande:
Zé Goncalves, Patativa...
Você morre e nunca passa...
De um plantador de maniva
E é desses preguiçosos...
Planta pouco e não cultiva.
*****************
Em outra época, cantava com o poeta Roberto Queiroz, no sítio Porteiras, município de Caraúbas, Paraíba, quando o vereador "Madruga" pediu que os repentistas cantassem o seguinte mote:
*****************
Prefiro viver distante
Do povo civilizado!
*****************
Amaro Dias agitou os expectadores com esta linda estrofe:
*****************
Cada um fique na sua
Deixe eu viver do que planto
Que eu não vou morar num canto
Que uma jovem quase nua...
Dança no meio da rua
Mostrando o bum-bum pelado
E o pai fica de lado
Achando aquilo importante
Prefiro viver distante
Do povo civilizado!
*************
O poeta Galego Aboiador se recorda de um verso improvisado por Amaro Dias numa cantoria com o grande poeta João Furiba, este assim fidou suas rimas:
*************
Das coisas boas da vida
Eu inda sou o melhor...
*************
Amaro Dias respondeu:
*************
Furiba tu és pior
Que rural velha de rede
Mulher que chifra o marido
Gozo de pé-de-parede
Quarenta dias de fome
E cinquenta dias de sede.
*************
Aqui é apenas uma mostra dos muitos improvisos deste ótimo e conhecido poeta, em breve publicaremos mais.

15 de janeiro de 2011

Poeta Heleno Severino

Heleno Severino da Silva nasceu em 04 de fevereiro de 1948. Filho de José Severino da Silva (in memoria) e de Josefa Benícia da Silva. Casou-se com Maria de Lourdes da Silva (in memoria) e tiveram os seguintes filhos: Helenilson, Liosvaldo, Lisonaldo, Ernando, Elinando e Helenilda.
*******************
Quando começou a improvisar os primeiros versos já se percebia sua grande habilidade como cantador. Era muito bom ouvir Heleno Severino na Rádio Vale do Capibaribe, onde fez dupla com o poeta Amaro Dias. Cantou também com Zé Bonifácio, Zé Luiz, Louro Branco, Ivanildo Vila Nova, Valdir Teles, entre outros..
*******************
Ficou muito conhecido pelas lindas canções que cantava, pois era um cantador de uma voz invejável. Participou de inúmeros congressos de repentistas, percorrendo o país inteiro e divulgando o nome de sua terra natal.
*******************
Começou a cantar com 20 ano de idade, sendo muito valorizado como repentista e cancioneiro. Conquistou importantes prêmios nos festivais que concorreu e se destacou pelos programas que apresentou nas rádios Liberdade, Cultura e Jornal do Comércio, além das muitas apresentações na televisão.
*******************
A última vez que se apresentou na TV foi ao lado do poeta Ivanildo Vila Nova na Tv Cultura em 2002. Foi Heleno um dos primeiros a organizar congressos de repentistas em Santa Cruz do Capibaribe.
*******************
Faleceu vítima de uma parada cardíaca em 08 de fevereiro de 2003. Foi sepultado no Cemitério são Judas Tadeu na mesma cidade que nasceu onde recebeu homenagens de poetas e da multidão que acompanhou o cortejo.
*******************
Sua poesia é cantada e difundida por poetas e admiradores da arte do repente, por isso nunca se apagou.
*******************
Num Congresso de Violeiros, certa vez, quando o tema da cantoria era o poeta Pinto do Monteiro, Heleno Severino fez esse belo verso:
*******************
Pinto Velho do Monteiro
Está cansado e sem tom
Garganta faltando voz
Viola faltando som
Nem toca, nem canta mais
Nem morre, nem fica bom!

Poeta José Luiz

José Luiz do Nascimento nasceu no dia 07 de outubro de 1935, no Sítio Pulga, município de São José da Lage, estado das Alagoas. Filho de Luiz Gonzaga do Nascimento e Santina Maria de Jesus. Quando fez dois meses veio residir no sítio Vila do Socorro, que na época era conhecida por Picadas, no munícipio de Taquaritinga do Norte, Pernambuco. É o caçula dentre os filhos do casal Luiz e Santina.
*********************
Quando tinha quatro anos de idade voltou a residir em São José da Lage. Aos oito anos de idade voltou a morar em Vila do Socorro, época em que começou a ler os primeiros cordéis em meio as feiras livres, com o grande incentivo do poeta José Laurência de Sena (in memorian). Nesse mesmo anos começou a frequentar a escola de uma professora chamada Ilda de Sabino Alves, onde aprendeu as primeiras letras que foram decisivas para o seu contato com a literatura de cordel.
********************
Aos dezessete anos de idade foi intensa sua vida pelas feiras livres nas cidades das Vertentes, Surubim, Brejo da Madre de Deus, Jataúba, Taquaritinga, Gravatá, Santa Cruz do Capibaribe, Bezerros entre tantas. Casou-se com Gercina Maria de Jesus quando tinha 20 anos com quem vive até os dias de hoje. Assim que se casou foi residir no sítio Cunhambuca, município de Joaquim Nabuco na Zona da Mata Pernambuco.
*********************
Tempos depois, foi residir no sítio Serra da Onça, município de Frei Miguelinho, terra natal de sua esposa. É pai de dois filhos, José Carlos, hoje com 39 anos de idade, sendo que a filha faleceu tragicamente com 19 anos, deixando uma filha que é criada pelo casal José Luiz e Gercina. Com 25 anos de idade ingressou na profissão de repentista ao lado do poeta Beija-Flor e José Soares. Anos depois cantou com os poetas José Bonifácio, Amaro Dias, o saudoso Heleno Severino, Laranjinha, entre muitos que fizeram dupla com ele.
**********************
Residiu em Toritama, Gravatá, Caruaru, Palmares, Belo jardim, Pesqueira e reside hoje em Santa Cruz do Capibaribe, provando quão grande sua história no mundo do repente. Apresentou vários programas nas rádios Bituri de Belo Jardim, Difusora de Pesqueira, Radios Vale AM e FM, Cominidade FM etc. Há 17 anos é evangélico, mas mantém o mesmo estilo de cantoria cantando pelas igrejas evangélicas em várias cidades. Hoje em dia, reside na vila da COHAB, onde está há 29 anos.
*********************
É autor do poema “A morte do Padre Zuzinha”, “A morte do vaqueiro Adauto Napoleão”, “A morte do cavalo Canabrava”, “A morte do vaqueiro Zé de Fiinho” etc. como evangélico, já gravou e publicou três CDs com canções e poemas evangélicas.
*********************
Cantando com Heleno Severino "se decrescendo" em Santa Cruz do Capibaribe, o saudoso poeta Heleno Severino terminou uma estrofe dizendo:
********************
Estou igualmente um cego
Sem enxergar o caminho!
********************
José Luiz pegando a deixa, disse:
********************
Estou igual um bacurinho
Preso dentro de um chiqueiro
O comer que a dona bota
É folha de marmeleiro
Esperando que ele engorde
Pra lhe passar no dinheiro.
********************
Em outra oportunidade, cantava com o poeta Amaro Dias, quando este terninou uma estrofe da seguinte forma:
********************
Hoje em dia minha vida
Tem sido de sofrimento...
********************
Zé Luiz emendou:
********************
Estou igual um jumento
Debaixo de uma cangalha
Quando o seu dono é malvado
O dia todo trabalha
E quandochega de noite
Lhe nega um feixe de palha.
*******************
De outra feita, cantando com Laranjinha, este terminou a estrofe dizendo:
*******************
Tô igual um maloqueiro
Sem ter no bolso uma prata....
*******************
José Luiz, completou:
*******************
Estou igual uma gata
Na frente de um cachorro
Ela correndo e miando
Como quem pede socorro
Se ela falasse dizia
Me acuda senão eu morro!

14 de janeiro de 2011

Poeta Zé Bonifácio


Bonifácio Antônio de Lima (conhecido por Zé Bonifácio) nasceu em 13 de maio de 1939, em Pão de Açúcar, distrito de Taquaritinga do Norte-PE. Anos depois, mudou-se para Afogados da Ingazeira-PE (Sertão do Pajeú), onde teve contato com grandes repentistas como Pinto do Monteiro, Jó Patriota, os irmãos Batista, Zé Pequeno, entre outros. mas, em sua lida como repentista, também cantou com João Furiba, Ivanildo Vila Nova, Zé Faustino Vila Nova, Amaro Dias, a exemplo de outros.
***********************************************************************
É cantador profissional desde 1963, quando fez sua primeira cantoria com Antônio Gouveia (já falecido), assim como cantou durante 05 anos na rádio Difusora de Maceió. Em programas de violeiros grandes foram suas experiências, valendo destacar terem sido ele e o poeta Amaro Dias que fundaram o Programa Violeiros do Vale, na Rádio Vale do Capibaribe, em 1985.
***********************************************************************
Participou de inúmeros festivais de violeiros, sendo importante citar os realizados em Arapiraca, Maceió e União dos Palmares. Em 1980, gravou um LP de cantoria (disco de vinil) com o repentista João Bernardo.
***********************************************************************
Atualmente reside em Santa Cruz do Capibaribe onde é comerciante do ramo de sulanca.
***********************************************************************
Certa vez, cantando com o poeta Zé Barbosa em Jaboatão, já no final da cantoria, teria que vir para o Pajeú sob pena de perder a condução. Estava muito apressado para terminar. Nesse momento, Zé Barbosa findou uma estrofe dizendo:
********
Já vem o clarão do dia
A festa está terminada...
*******
José Bonifácio emendou:
*******
Terminou-se a farinhada
Já paguei a minha conga
Agora vou viajar
Na viação araponga
Pois daqui pro Pajeú
a viagem é muito longa!

A lua pareceu você!

Um dia quando a gente discutiu...
Você me disse que não me queria...
Que em pouco tempo me esqueceria...
Que não me suportava e desistiu...
******
Eu vim pra casa, quase ninguém viu...
Que eu disfarçava o que me acontecia...
Eu preferia me enganar, mas via...
Você dizendo adeus quando saiu...
******
Fiquei pensando no que você disse...
No início pareceu tanta tolice...
Mas vi seus olhos expulsando os meus...
******
Impaciente eu quis voltar à rua...
Olhei pela janela e vi que a lua...
Parecia você dizendo adeus!!!
******
Clécio Dias

13 de janeiro de 2011

SEM FUGIR DOS SONHOS

**********************************
Helenice,
Você tinha seu mundo, eu tinha o meu...
você tinha uma vida, eu também tinha....
Sua angústia era amarga como a minha...
Meu segredo era triste como o seu...
******
Mas um dia você me apareceu
E quando eu percebi que você vinha...
Nosso olhar se encontrou de tardezinha...
Eu lhe entendi e você me entendeu...
******
E, agora, dando passos no seu mundo...
Num sentimento muito mais profundo...
Vejo o seu mundo e o meu mais sorrisonhos...
******
Vivo de amor e morro de saudade...
Vivo você como a realidade...
Mas sem deixá-la fugir dos meus sonhos!!!
*********************************
Clécio Dias, poeta-santa-cruzense.

Poeta Amaro Dias

Amaro Paulo Dias nasceu em 21 de setembro de 1934, no sítio Paquivira, município de Taquaritinga do Norte, estado de Pernambuco. Filho de Joaquim Dias de Miranda e Severina Maria da Conceição. Residiu na Paquivira até os vinte anos de idade, mas em virtude das dificuldades de arranjar trabalho naquela época viajou para São Paulo em busca de sobrevivência, onde permaneceu até os vinte e oito anos de idade. Casou-se em 1965 com a brejeira Cleonice Gonçalves com quem vive até hoje. Desse casamento nasceram sete filhos: Claudenice (professora), Cloves (Tody, ex vereador), Carlos, Claudio, Claudemir, Clécio Dias (também poeta) e Cleber.
*************************************************************************************
Em São paulo iniciou sua carreira de violeiro repentista. Sentindo saudade de Pernambuco, voltou a Taquaritinga do Norte. Em 1963 fez parte do programa "A Voz do Sertão" na Rádio Difusora de Caruaru ao lado José Vicente da Paraíba e Aristo José dos Santos, ambos falecidos. Em 1968 foi morar em Campina Grande onde substituiu, por um bom período, o repentista José Gonçalves (já falecido) até o ano de 1970. Nessa época, Amaro Dias fez dupla com Cícero Bernardes, já falecido. Nesse mesmo ano, foi residir em Pesqueira onde apresentou, ao lado de José Vicente da Paraíba e o cantador José Andorinha, um programa de cantoria.
*************************************************************************************
Em Belo Jardim, na Rádio Difusora Bituri, apresentou outro programa de violeiros ao lado de Manuel Pedro Clemente e Manoel Paulino. Anos depois, se mudou para Santa Cruz do Capibaribe e é o criador do Programa Violeiros do Vale, da Rádio Vale do Capibaribe, programa que entrou no ar no mesmo dia em que a própria Rádio (29 de dezembro de 1985). Neste programa, cantaram com ele José Bonifácio, José Luiz, Heleno Severino, Francisco de Assis, Roberto Queiroz, Paulo Jorge e Moreira do Caldeirão, entre outros.
*************************************************************************************
Em Pesqueira, participou de um programa na TV Pernambuco representando a cidade. Participou dos primeiros congressos de violeiros realizados em Campina Grande, além de muitos outros. Em 2008 fez uma bela apresentação na Rede Globo de Televisão cantando as belezas e o abandono do Rio Capibaribe, tendo sido entrevistado por Francisco José.
*************************************************************************************
Dentre os poemas que escreveu destacam-se: A morte de Zé Jorge, em parceria com Zé Vicente da paraíba, Teu aniversário, A morte de Heleno Severino, A mãe desapareceida, entre outros.
*************************************************************************************
No entanto, sua marca foi sempre os versos improvisados, com os quais se destacou em cantorias e congressos.
*************************************************************************************
Cantando com José Vicente, num bar de um cidadão chamado Pinta-Cega, de repente chegou um funcionário da Cande (fábrica de Campina Grande) na Praça da Bandeira. Vale lembrar que a nota de cinco cruzeiros, na época, tinha a imagem de Tiradentes e os cantadores ficaram desejosos pela contribuição desse visitante. Zé Vicente terminou um verso da seguinte maneira:
******************
Vamos ver quanto se ganha
Daquele rapaz da Cande.
******************
Amaro Dias completou:
******************
Deus queira que ele nos mande
A nota de Tiradentes
Aquele que sofreu tanto
Perante os inconfidentes
E morreu sem o direito
De vê-los independentes.

11 de janeiro de 2011

Poeta Clécio Dias

Clécio Gonçalves Dias nasceu em Santa Cruz do Capibaribe em 1981, na Rua Sebastião Bastos, bairro São Cristóvão. Filho do poeta repentista Amaro Dias e da doméstica Cleonice Gonçalves Dias. Desde pequeno Clécio acompanhava o pai nas cantorias e no programa Violeiros do Vale, criado por seu pai e mantido até os dias atuais, na Rádio Vale do Capibaribe.
**************************
Em sua infância grande foi seu contato com repentistas como Heleno Severino, José Bonifácio, José Luiz, Zé Vicente da Paraíba etc. todos que cantavam com seu pai Amaro Dias.
**************************
Embora em Santa Cruz do Capibaribe a poesia nordestina não seja tão valorizada Clécio Dias nunca deixou de escrever poemas e cordéis. Incentivado pelos colegas do curso de Letras da Universidade Estadual da Paraíba e pelos moradores da COHAB e patrocinado por pequenos comerciantes do bairro foi publicado o cordel "O jogo da COHAB com o time do Inferno" em 2006.
*******************************
Na UEPB fez uma apresentação sobre a arte da cantoria para os professores e alunos da universidade. No mesmo ano, fundou junto aos colegas do cursos de Letras e Filosofia da UEPB, como Flauu Mendes, Érica, Sara, entre outros, o Poetai Novi, um livreto de divulgação dos poemas dos alunos da mencionada instituição. Ultimamente, recita poemas em eventos escolares, folclóricos, nas fazendas etc. é um apologista da cultura nordestina e se dedica à literatura de cordel, sendo autor de vários títulos, ainda carentes de publicação.
*******************************
Atualmente é estudante do 5º ano do curso de Direito da Faculdade do Vale do Ipojuca - Favip, Caruaru. É corretor de imóveis em Santa Cruz do Capibaribe, tendo seu escritório sito à Rua Raimundo Francelino Aragão, 292, no centro desta mesma cidade.
*******************************
Poemas de destaque de Clécio Dias: O bingo de Genival, A história de Santa Cruz do Capibarbe em versos, Eu e o silêncio, Meu umbuzeiro, Os passarinhos, A bela a tarde e o poeta, A briga do taboquinha com o boca preta etc.

10 de janeiro de 2011

Poeta Rogaciano Leite


Rogaciano Leite nasceu em 30 de junho de 1920, no sítio Cacimba Nova, município de Itapetim, mas antes este pertencia à cidade de São José do Egito, no Sertão do Pajeú, em Pernambuco. Filho de um casal de agricultores, Rogaciano desde cedo demonstrava sua vocação poética, pois aos 15 anos de idade desafiou o poeta repentista Amaro Bernadino.
******************************************
Viajou para o Rio grande do Norte onde conheceu Manuel Bandeira. Tempos depois, viajou para Caruaru, onde apresentava um programa de rádio. em Fortaleza se tornou bancário.
******************************************
Em 1968 viajou pela Europa, inclusive na Rússia deixou um monumento na praça de Moscou do poema "Os Trabalhadores".
******************************************
Dentre seus poemas se destacam "Acorda Castro Alves", Carne e Alma, etc.
******************************************
Morreu em 1969 com apenas 49 anos de idade, no Hospital Souza Aguiar, no Rio de janeiro, vítima de enfarto do miocárdio, foi enterrado em Fortaleza.
******************************************
Foi, sem dúvidas, um dos maiores poetas do Brasil e um dos maiores exemplos da grandeza do poesia nordestina.
******************************************
Certa vez, cantando com outro ótimo poeta, Lourival Batista - Louro do Pajeú - este ao ouvir do poeta Rogaciano as lamentações e críticas à cidade natal de ambos, Louro encerrou uma estrofe de improviso dizendo:
******************************************
Filho que fala da mãe
Morrendo o diabo carrega
**********
No mesmo instante Rogaciano emendou:
**********
De fato, caro colega,
sua razão não se some
o diabo carrega o filho
que da mãe manchar o nome
mas também carrega a mãe
que mata o filho de fome!

3 de abril de 2010

CLÉCIO DIAS IMÓVEIS


CLÉCIO DIAS, CORRETOR DE IMÓVEIS
CRECI 7778


Agora o CLÉCIO DIAS, CORRETOR DE IMÓVEIS mais perto de você. No centro de Santa Cruz do Capibaribe. Vendo a necessidade dos santa-cruzenses e de todos aqueles que vem a esta cidade, CLÉCIO DIAS, CORRETOR DE IMÓVEIS se coloca à sua disposição e se você quiser alugar, administrar, vender, comprar, etc. o lugar certo é CLÉCIO DIAS, CORRETOR DE IMÓVEIS!

Visite-nos na Rua Raimundo Francelino Aragão, 292, ao lado do Banco do Brasil, no centro de Santa Cruz do Capibaribe.

e-mails:
cleciodiasimoveis@hotmail.com cleciodiasimoveis@yahoo.com.br

Telefones: (81) 9136-1005/9978-6550/3731-3904